Após o diagnóstico do HIV você irá realizar alguns exames laboratoriais e de imagem com objetivo de que o enfermeiro e o médico avaliem melhor a sua condição de saúde. Segue abaixo os exames que são indicados como parte da rotina de acompanhamento da pessoa que vive com HIV.
Para que…
Identificar infecção pela sífilis – transmitida através da relação sexual desprotegida (sem uso de camisinha) – e assim permitir o seu tratamento. A sífilis tem cura.
Quando é indicado…
No diagnóstico do HIV e, então, a cada 6 meses.
Para que…
Identificar infecção pelo vírus da Hepatite B. A principal via de transmissão é a sexual, seguida da vertical (de mãe para filho, no útero ou durante o parto). Também pode ser transmitido pelo contato com sangue e fluidos corporais (como leite materno) em pele não integra, ou respingos destes em olhos, boca e nariz, como também por acidentes com perfurocortantes (materiais que rompem a pele).
O exame HBsAG é um marcador para identificar a infecção pelo vírus da hepatite B. Ele aparece em torno de quatro semanas após a exposição ao vírus, declinando a níveis indetectáveis em até 24 semanas.
Quando é indicado…
No diagnóstico do HIV, e então será solicitado se novas exposições de risco, como por exemplo relações sexuais sem uso de camisinha.
Para que…
É um marcador para identificar a infecção pelo vírus da hepatite B. Este exame permite identificar se a pessoa já teve a infecção pela Hepatite B no passado ou se está na fase aguda da doença (infecção recente).
Quando é indicado…
No diagnóstico do HIV.
Para que…
Identifica se a pessoa tem imunidade contra o vírus da hepatite B, seja por ter tido a infecção no passado ou através da vacinação.
Quando é indicado…
No diagnóstico do HIV.
Para que…
Identificar infecção pelo vírus da hepatite C. A transmissão do vírus da Hepatite C ocorre por meio do sangue infectado, principalmente quando em contato com a pele não integra, sendo a transmissão sexual e vertical (de mãe para o filho, no útero ou durante o parto) pouco frequente.
São consideradas populações de risco: indivíduos que receberam transfusão de sangue e/ou hemoderivados antes de 1993; usuários de drogas injetáveis (cocaína, anabolizantes, complexos vitamínicos), inaláveis (cocaína) ou pipadas (crack); pessoas que compartilham ou utilizam instrumentos não esterilizados para aplicação de piercings, tatuagem, manicure e objetos para higiene pessoal (escovas de dentes, lâminas de barbear e de depilar, etc.).
Quando é indicado…
No diagnóstico do HIV, e então, anualmente, se o anterior ter resultado não reagente.
Para que…
Identificar a presença no corpo de anticorpos contra o vírus da hepatite A, seja por já ter tido infecção pelo vírus no passado ou por resposta vacinal. A transmissão do vírus se dá por fecal-oral (contato da mucosa oral com fezes contaminadas), de uma pessoa para outra, ou por meio de água e/ou alimentos contaminados pelo vírus.
Quando é indicado…
No diagnóstico do HIV.
Obs: Se resultado não reagente/negativo, converse com o enfermeiro ou médico sobre a necessidade de realizar a vacina contra a hepatite A.
Para que…
Esse exame é usado para avaliar a função do sistema imunológico (defesa do corpo humano contra infecções oportunistas). Através dele é possível avaliar o grau de comprometimento do sistema imune e a recuperação da resposta imunológica com o tratamento adequado.
Quando é indicado…
No diagnóstico do HIV, e, então, 6 meses e 1 ano após o início de tratamento.
O enfermeiro e/ou médico irá solicitar o exame em outros momentos a depender do resultado do exame anterior e do seu estado geral de saúde.
Para que…
Identificar a quantidade de cópias do vírus HIV presente no sangue.
Com esse exame é possível avaliar se o tratamento com os antirretrovirais escolhidos estão tendo o efeito desejado, ou seja, alcançar a carga viral indetectável.
Quando é indicado…
No diagnóstico do HIV, 2 meses após início do tratamento, e então a cada 6 meses.
Gestantes realizam este exame com 34 semanas de gestação.
Obs: Se recebeu aplicação de alguma vacina, realizar a coleta deste exame 4 a 6 semanas após.4
Para que…
É realizado para avaliar a função dos rins.
Quando é indicado…
No diagnóstico. Se em uso de TDF (tenofovir): ao iniciar uso da medicação, 3 meses após, e então, a cada 6 meses.
Para que…
É realizado para avaliar a função dos rins.
Quando é indicado…
No diagnóstico. Se em uso de TDF (tenofovir): ao iniciar uso da medicação, 3 meses após, e então, a cada 6 meses
Para que…
É realizado para verificar danos no fígado.
Quando é indicado…
No diagnóstico e a cada 6 meses.
Para que…
É realizado para verificar danos no fígado.
Quando é indicado…
No diagnóstico e a cada 6 meses.
Para que…
Serve para avaliar o funcionamento do fígado, assim como identificar e/ou monitorar doenças neste órgão.
Quando é indicado…
No diagnóstico e a cada 6 meses.
Para que…
Avaliar a condição de saúde, como também a presença e controle de anemias e de quadros infecciosos, entre outros.
Quando é indicado…
No diagnóstico e a cada 6 meses.
Se uso de AZT (zidovudina), também é solicitado ao iniciar uso da medicação e 2 meses após.
Para que…
Analisar o risco da pessoa de desenvolver doenças cardiovasculares.
Quando é indicado…
No diagnóstico.
Se em uso de LPV/r (Lopinavir/Ritonavir): ao iniciar tratamento, 3 meses após e, então, anualmente.
Para que…
Realizar o rastreamento da diabetes mellitus.
Quando é indicado…
No diagnóstico e, após, anualmente.
Para que…
Descartar a infecção por tuberculose.
Quando é indicado…
No diagnóstico.
Para que…
Realizar a investigação da infecção latente (período em que a pessoa se encontra infectada, porém sem a manifestação da doença) pela bactéria Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch (BK).
Quando é indicado…
No diagnóstico, e após anualmente se resultado < 5mm.
Para que…
Detectar alterações nas células do colo do útero que possam evoluir para o câncer de colo uterino. Este exame permite o tratamento de lesões antes que a mulher tenha sintomas.
Quando é indicado…
A cada seis meses no primeiro ano, e se normal, a cada um ano.
Fonte: Adaptado de PACK Brasil Adulto1 e do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Manejo da Infecção pelo HIV em Adultos2.
A rotina de exames de acompanhamento aqui abordada segue os protocolos ministeriais e de acesso da prefeitura municipal de Florianópolis. É importante destacar que o profissional médico pode incluir outros exames em sua rotina, assim como solicitá-los com maior frequência do que a reportada acima.
Aqui são apresentados os valores de referências para cada exame:
Exames
Valores de referência
CD4
- Desejável: maior que 350 cél/mm
CARGA VIRAL
- Desejável: indetectável
Triglicerídeos
- Desejável: menor que 150 mg/dL
- Tolerável de 150 a 199 mg/dL (limítrofe alto), necessita de orientações de profissional da saúde
- Maior que 500mg/dL, solicite avaliação médica para considerar opções de manejo.
Colesterol total
- Desejável: menos que 200 mg/dL
- Tolerável de 200 a 239 mg/dL(limítrofe alto), necessita de orientações de profissional da saúde.
- Maior que 300mg/dL, necessita de avaliação médica.
HDL
- Desejável: igual ou maior que 40 mg/dL
Glicose
- Desejável: menor que <110 mg/dL
Fonte: Adaptado do Protocolo de Enfermagem Volume 13 e do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Manejo da Infecção pelo HIV em Adultos2.
Para melhores níveis de triglicerídeos, colesterol e HDL no corpo, é essencial praticar uma dieta saudável, atividade física regular e não fazer uso de tabaco/cigarro. Os demais exames, quanto aos valores de referência, não são abordados neste ambiente, a fim de assegurar a segurança emocional dos seus usuários.
É importante que todos os exames sejam avaliados por equipe de saúde que os solicitou.
1. University of Cape Town Lung Institute. PACK Brasil Adulto: versão Florianópolis. Kit de Cuidados em Atenção Primária. Ferramenta de manejo clínico em Atenção Primária à Saúde. Cape Town: University of Cape Town Lung Institute’s Knowledge Translation Unit, 2020.
2. Ministério da Saúde (BR). Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Manejo da Infecção pelo HIV em Adultos. Brasília: Ministério da Saúde, 2018.
3. Florianópolis. Protocolo de Enfermagem volume 1: hipertensão, diabetes e outros fatores associados a doenças cardiovasculares. Florianópolis: Secretaria Municipal de Saúde, 2020. 4. Sociedade Brasileira de Infectologia. Sociedade Brasileira de Imunização. HIV/Aids: guia de imunização SBIm/SBI. 2016/17