Indetectável = Intransmissível

Após seis meses de tratamento antirretroviral, é esperado que o exame de carga viral tenha o seu resultado “indetectável”. Estudos incluindo diferentes países demonstraram que não há risco de uma pessoa que vive com HIV, que está com a carga viral indetectável há pelo menos seis meses e em uso correto da terapia antirretroviral (TARV), transmitir o vírus através da relação sexual.1-2 Por isso, os países têm adotado o uso do termo “Indetectável = Intransmissível (I=I)”. Ajude a divulgar essa informação!

Importante: Não há estudos que justifiquem a adoção do termo “Indetectável=Intransmissível (I=I)” no contexto da amamentação. Ou seja, não existe comprovação de que o vírus não pode ser transmitido para o bebê durante a amamentação, mesmo quando a mãe está com a carga viral indetectável. Por este motivo, a amamentação é contraindicada para as pessoas que vivem com HIV.3

Confira os depoimentos da campanha ”Indetectável”

O Ministério da Saúde lançou, em 2018, a campanha “Indetectável” com uma série de depoimentos em que 13 pessoas de diferentes faixas etárias contam como é viver com o HIV e a carga viral indetectável.

Confira os demais depoimentos e outros materiais da campanha e também o facebook do Departamento de Doenças de Condição Crônica e IST – Ministério da Saúde.Você vai encontrar muita informação sobre o viver com HIV!

Vivendo com HIV

Compartilhe aqui o seu vídeo contando a sua história e motivando outras pessoas a iniciar o tratamento para o HIV. Para isso você precisará realizar os seguintes passos: 1) gravar o vídeo; 2) fazer o upload no YouTube; 3) enviar apenas o link, no local indicado abaixo, para ser indexado à página deste site.

Vamos juntos, construir conhecimentos acerca do tratamento do HIV!

Minha vida… minha história

Caso você queira dividir sua história de vida ao viver com o HIV, mas não deseje se identificar, compartilhe abaixo. Sua história ficará disponível (em modo público) para os usuários do site “Positive o Cuidado”.

História recebida no dia 23/04/2021,  horário: 00:40.

Oi, procuro sempre me informar mais sobre as coisas em relação a viver com HIV e achei esse site com muitas informações.
Hoje eu tenho bem mais conhecimento do quê antes de ter sido infectado.
Sempre tive cuidado e preocupação com o assunto, mas um certo dia cometi um deslize com uma pessoa que eu tinha pouco contato. Saímos pra beber e acabou rolando sem o uso do preservativo. No dia seguinte fiquei me perguntado: “Será se me contaminei? Não, acho que não, ele aparenta estar saudável!”. Acabei deixando a dúvida de lado e não procurei o tratamento pós exposição, pois eu pouco sabia sobre o assunto. Alguns dias depois tive uma forte crise de garganta, mas nunca pensei na possibilidade. Enfim, passaram 6 meses e em um novo ato com outra pessoa, o rapaz insistia em tirar o preservativo e eu sempre mandava colocar, isso me deixou com muita dúvida. No dia seguinte procurei um CTA, fiz o teste rápido e logo fui chamado pra repetir. Foi um momento tenso. Fazia quase um ano que não fazia o teste e nunca havia sido chamado pra repetir. Quando recebi o diagnóstico, eu fiquei sem entender o que estava acontecendo. Achei que minha vida tinha acabado.
Logo perguntei a assistente social: descobri tarde demais? Quanto tempo tenho de vida? Vou ficar bem?
Ela foi muito tranquila e pediu que eu tivesse calma, fizesse tratamento, mantivesse dieta e exercícios e ia ficar tudo bem!
Voltei pro trabalho e só conseguia chorar. As três primeiras noites eu não conseguia dormir, só pensava que era um pesadelo e que eu tinha que acordar. Enfim, me apeguei na fé e na vontade de viver e não deixei meu psicológico me abalar mais ainda, isso não ia resolver.
Fiz os exames necessários pra começar o tratamento e assim foi. Minha carga viral estava relativamente baixa por não estar em tratamento, o exame de tcd4 que estava em torno 400 (normal acima de 500). Comecei o tratamento 20 dias depois do diagnóstico e pela bondade de Deus eu não tive efeitos colaterais fortes ao tratamento, apenas os primeiros dias com interrupções do sono, acordava várias vezes.
6 meses depois refiz meus exames e estava indetectável e minha imunidade havia dobrado o valor. A notícia me deixou muito feliz, foi uma vitória conseguir isso.
Descobri ser portador do HIV, 1 mês antes da pandemia de covid chegar ao meu estado. Talvez se não tivesse procurado o CTA e não tivesse começado o tratamento, poderia ter tido uma evolução grave do covid e não estar mais aqui pra contar minha história.
Hoje estou me cuidando, faço os exames e tomo todos os dias minha medicação. O maior desafio para um soropositivo é encarar o estigma da doença e o preconceito que circula.
A maior dúvida que vem a cabeça é: como a família,  amigos, trabalho e demais pessoas vão reagir ao saber?
Cometer deslizes como eu cometi em algum momento da vida, é comum acontecer. O que precisamos saber é o que fazer depois que isso acontecer. Qualquer exposição ao risco de contrair o vírus, seja por sexo anal, vaginal ou oral ( que também há risco) sem prevenção, deve ser procurado imediatamente um CTA para fazer o tratamento pós exposição. Se eu tivesse o conhecimento sobre o assunto que tenho hoje, teria feito diferente e não estaria tendo que encarar o estigma de viver nessa condição.
Espero que todos fiquem bem e que a cura para o Câncer, HIV e outras doenças chegue logo!

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Gratidão por compartilhar!

Referências:
1. MS, Chen YQ, McCauley M, Gamble T, Hosseinipour MC, Kumarasamy N, et al. Antirretroviral Therapy for the Prevention of HIV-1 Transmission. N Engl J Med. 2016; 375:830-839. Disponível em: https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1600693.

2. Rodger AJ, Cambiano V, Bruun T, Vernazza P, Collins S, Lunzen JV, et al. Sexual Activity without Condons and risk oh HIV transmission in serodifferent couples when the HIV-positive partner is using supressive antiretroviral therapy. JAMA. 2016;316(2):171-181. Disponível em: https://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/2533066

3. Ministério da Saúde (BR). Nota informativa nº 5/2019-DIAHV/SVS/MS. Informa sobre o conceito do termo Indetectável = Intransmissível (I = I) para pessoas vivendo com HIV (PVHIV) que estejam em tratamento e com carga viral do HIV indetectável há pelo menos 6(seis) meses. Brasília: Ministério da Saúde; 2019. Disponível em: http://www.aids.gov.br/pt-br/legislacao/nota-informativa-no-52019-diahvsvsms
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