Efeitos colaterais da TARV

Aqui você encontra os efeitos colaterais das medicações para o tratamento do HIV, qual a gravidade de cada uma delas e o que deve fazer ao senti-las.

Efeitos adversos urgentes
(procure equipe de saúde imediatamente)

  • Diminuição da produção de urina (percebe que está urinando em menor quantidade que o normal)
  • Retenção de líquidos, causando inchaço nas pernas, tornozelos ou pés
  • Convulsões
  • Dor ou pressão no peito

Efeitos autolimitados
(procure equipe de saúde para avaliação, e se persistir por após 6 semanas, solicite reavaliação).

  • Náuseas
  • Diarreia

Efeitos adversos a longo prazo
(procure equipe de saúde para avaliação)

  • Diminuição da densidade mineral óssea. Essa condição é silenciosa, ou seja, não apresenta sintomas. Se você apresentar alguma fratura em ossos, comunique a equipe que te acompanha para investigação!

Efeitos adversos urgentes
(procure equipe de saúde imediatamente)

Se apresentar dois ou mais dos seguintes sintomas: febre; manchas vermelhas na pele, podendo ser elevadas e causar coceira e dor no local; fadiga (sensação de desgaste, cansaço e falta de energia); dor no corpo; náuseas ou vômitos ou diarreia ou dor abdominal; e dor de garganta ou tosse ou falta de ar.

Efeitos autolimitados
(procure equipe de saúde para avaliação, e se persistir por após 6 semanas, solicite reavaliação).

  • Náuseas
  • Vômitos
  • Diarreia

Efeitos adversos urgentes
(procure equipe de saúde imediatamente)

  • Palidez com sensação de falta de ar, tontura ou desmaio e dor no peito
  • Se apresentar dois ou mais dos seguintes sintomas: fadiga (sensação de desgaste, cansaço e falta de energia) ou fraqueza; dor no corpo; náuseas ou vômitos; diarreia; perda de peso; perda de apetite; dor abdominal; falta de ar.

Efeitos autolimitados
(procure equipe de saúde para avaliação, e se persistir por após 6 semanas, solicite reavaliação).

  • Dor de cabeça, dor muscular
  • Náuseas
  • Fadiga (sensação de desgaste, cansaço e falta de energia)

Efeitos adversos a longo prazo
(procure equipe de saúde para avaliação)

  • Perda da gordura na face, membros e nádegas 
  • Acúmulo de gordura abdominal e nas mamas

Efeitos adversos não são comuns

Efeitos autolimitados
(procure equipe de saúde para avaliação, e se persistir por após 6 semanas, solicite reavaliação).

  • Insônia (tomar o medicamento pela manhã) 
  • Dor de cabeça

Efeitos adversos urgentes
(procure equipe de saúde imediatamente)

  • Manchas vermelhas na pele, podendo ser elevadas e causar coceira e dor no local
  • Pele amarelada
  • Aparecimento de ideias obsessivas, delírios, alucinações, fala incoerente e agitação 

Efeitos autolimitados
(procure equipe de saúde para avaliação, e se persistir por após 6 semanas, solicite reavaliação).

  • Dor de cabeça 
  • Tontura
  • Problemas do sono, sonhos que parecem reais 
  • Sentimento de tristeza, perda de interesse ou prazer nas atividades do dia a dia 

Efeitos adversos a longo prazo
(procure equipe de saúde para avaliação)

  • Perda da gordura na face, membros e nádegas 
  • Acúmulo de gordura abdominal e nas mamas 

Efeitos adversos urgentes
(procure equipe de saúde imediatamente)

  • Manchas vermelhas na pele, podendo ser elevadas e causar coceira e dor no local
  • Se uso de estatinas (exemplo: sinvastatina, atorvastatina, rosuvastatina) e sentir dor muscular e fraqueza

Efeitos autolimitados
(procure equipe de saúde para avaliação, e se persistir por após 6 semanas, solicite reavaliação).

  • Dor de cabeça 
  • Tontura 
  • Náuseas 

Obs: evite o uso de omeprazol

Efeitos adversos urgentes
(procure equipe de saúde imediatamente)

  • Dor intensa na parte de baixo das costas, que pode limitar os movimentos 
  • Dor que irradia das costas para a virilha 
  • Dor ao urinar 
  • Urina rosa, vermelha ou marrom 
  • Vontade frequente de urinar 
  • Pele amarelada 
  • Náuseas, dor abdominal e diarreia (a equipe de saúde avaliará  as queixas, para definir se é grave ou um efeito autolimitado)

Efeitos autolimitados
(procure equipe de saúde para avaliação, e se persistir por após 6 semanas, solicite reavaliação).

  • Erupção avermelhada na pele (irritação) 
  • Dor de cabeça 
  • Náuseas, dor abdominal e diarreia 

Efeitos adversos urgentes
(procure equipe de saúde imediatamente)

  • Manchas vermelhas na pele, podendo ser elevadas e causar coceira e dor no local

Efeitos autolimitados
(procure equipe de saúde para avaliação, e se persistir por após 6 semanas, solicite reavaliação).

  • Náuseas
  • Vômitos

Efeitos adversos a longo prazo
(procure equipe de saúde para avaliação)

  • Aumento de gorduras do tipo triglicerídeos e colesterol total no sangue e/ou redução da gordura “boa” (HDL) no sangue

Efeitos adversos urgentes
(procure equipe de saúde imediatamente)

  • Manchas vermelhas na pele, podendo ser elevadas e causar coceira e dor no local
  • Pele amarelada 
  • Náuseas, dor abdominal e diarreia

Efeitos autolimitados
(procure equipe de saúde para avaliação, e se persistir por após 6 semanas, solicite reavaliação).

  • Náuseas (tomar com a comida) 

Adaptado de PACK Brasil, 2020.1

Importante: Ao iniciar o tratamento com os antirretrovirais, é preciso você comparecer em consulta de enfermagem e/ou médica em duas semanas, e então, mensalmente. Após um ano, se você estiver com os dois últimos exames de carga viral seguidos indetectáveis, exames de rotina normais, não está grávida (para mulheres), tomando os medicamentos conforme a prescrição médica e sentindo-se bem, é fundamental comparecer em consulta de enfermagem e médica a cada 6 meses.1

Alguns cuidados, frente aos efeitos colaterais, podem lhe trazer benefícios:

  • Realizar refeições pequenas e frequentes (2 em 2 horas ou 3 em 3m 3 horas, por exemplo);
  • Evitar: líquidos quentes, alimentos contendo gordura e fibras, alimentos temperados, cafeína e doces.
  • Ingerir líquidos: água, água de coco, sucos, gelatina sem açúcar, caldos, entre outros líquidos para evitar a desidratação.

Fonte: Florianópolis, 2020. Protocolo de Enfermagem Volume 4.2

  • Utilizar pouco ou nada de açúcar e alimentos doces, pois esses alimentos fermentam no intestino e podem atrapalhar a sua recuperação. Se for usar alimentos diet e adoçante, é preciso usá-los com moderação;
  • Evitar: açúcar, mel, melado e doces em geral; leite e derivados; alimentos crus; café/cafeína; refrigerantes e outras bebidas que contenham gás ou açúcar; alimentos fermentativos (couve-flor, couve manteiga, repolho, pimentão, pepino, brócolis, cebola, rabanete, alho, nabo, batata doce, beterraba, feijão, lentilha); alimentos contendo gordura e fibras (cereais integrais), alimentos temperados, ovos.
  • Alimentos indicados: chás de camomila, erva doce, broto ou folha de goiabeira; água de coco; sucos de caju, goiaba e maracujá; bolacha água e sal; torrada salgada; gelatina diet; arroz; macarrão; banana, pêra, goiaba e maçã sem casca; batata, cenoura, chuchu, abóbora, abobrinha; carne magra cozida ou assada sem tempero; frango sem pele e sem gordura cozido ou assado; peixe magro cozido ou assado; temperos suaves: salsinha, cebolinha e sal (use com moderação).

Fonte: Florianópolis, 2020. Protocolo de Enfermagem Volume 4.2:68

  • Evite usar medicamentos para dormir, pois podem causar dependência e te deixar com sonolência durante o dia, tontura, confusão, problemas de memória, maior risco de quedas e acidentes de carro. Use medicamentos, apenas se prescrito pelo médico.
  • Faça exercícios pelo menos 3 vezes por semana com duração mínima de 30 minutos (evite nas 6 horas antes de dormir);
  • Evite cafeína (café, chá verde, chá preto, chá mate), bebidas estimulantes, álcool e cigarro após anoitecer;
  • Evite ingerir líquidos ou fazer refeições pesadas até 2 horas antes de dormir;
  • Mantenha seu quarto com temperatura confortável e quieto;
  • Use tampões de ouvido para deixar o local mais silencioso, se achar necessário;
  • Evite cochilos durante o dia, mas se cansado (a), cochile por não mais que 30 minutos;
  • Tenha uma rotina: acordar no mesmo horário todos os dias, mesmo se cansado (a) e vá para a cama no mesmo horário todas as noites;
  • Deite/relaxe antes de ir para a cama;
  • Tenha uma rotina de sono de 6-8 horas por noite;
  • Evite trabalhar ou assistir TV enquanto deitado;
  • Uma vez na cama, não fique olhando o relógio. Se não dormir após 20 minutos, faça alguma atividade de baixa energia (ler um livro, caminhar pela casa). Uma vez cansado (a), retorne para a cama. Evite assistir televisão ou ficar olhando o celular;
  • Mantenha um diário do sono (quantas horas dormiu por noite, fatores que facilitaram ou dificultaram o sono, o que fez para conseguir dormir etc);
  • Se estiver com problemas ou muitas ideias na cabeça, anote-os e tente resolvê-los no dia seguinte durante o dia.

Fonte: Florianópolis, 2020. Protocolo de Enfermagem Volume 4.2:67

  • Mantenha uma dieta adequada.3 Algumas dicas de alimentação saudável estão disponíveis no Guia Alimentar para a População Brasileira. 
  •  Pratique regularmente atividade física (cardiorrespiratórias e de musculação)3
  •  Mantenha o peso ideal.
  • Para cuidados em relação ao colesterol, leia as recomendações do quadro abaixo. 

Alimentação:4

  1. Evite o consumo de alimentos gordurosos (frituras, banha de porco, carnes com gordura, pele de frango e outras aves) e os ultraprocessados (bacon, salsicha, linguiça, salame, mortadela, embutidos, salgadinhos, molhos prontos, bolachas, sorvete, chocolates);
  2. Diminua o consumo de alimentos de origem animal (carne gordurosa, vísceras, leite integral e seus derivados, gema de ovos). Quando for comer carne, prefira peixes e frango (sem a pele) e consuma com moderação carnes bovinas magras, carne de porco e frutos do mar. Prefira leite desnatado e queijo branco (ricota, minas light, cottage);
  3. Prefira os alimentos in natura ou minimamente processados (frutas, verduras, legumes, nozes, castanhas, amêndoas, amendoim).
  4. Troque o consumo de carboidratos refinados (arroz branco, pão de trigo, bolacha água e sal, farinha de mandioca, macarrão, açúcar, açúcar mascavo, mel e seus derivados, doces, sucos de caixinha) por carboidratos integrais (arroz integral, pão integral, bolacha integral, aveia em flocos, macarrão integral, farinha de maracujá,  farelo de aveia).
  5.  Prefira ingerir alimentos grelhados, cozidos e no vapor, evitando seu preparo com temperos ultraprocessados, como manteiga, creme de leite e caldos prontos.

Atividade física:
inclua na sua vida, uma rotina de exercícios físicos. O ideal é adotar uma frequência de 3 a 6 vezes por semana, num total de em 150 minutos/semana de exercícios leves a moderados. Atividades aeróbicas, exercícios contra resistência e de flexibilidade são indicados.5

– Se fuma, é essencial parar de fumar.1 Os centros de saúde possuem grupo terapêutico para a cessação do tabagismo. Procure sua equipe de saúde e se informe acerca de como fazer para participar! Sucesso!

– A bebida alcoólica muda nossa percepção quanto ao tempo e espaço, o que pode gerar o risco de você esquecer de tomar seus medicamentos para o tratamento do HIV, assim como adotar comportamentos de risco, como a relação sexual sem uso de camisinha. O álcool tem interação medicamentosa com o Abacavir (ABC), visto que aumenta a quantidade deste antirretroviral no sangue, o que pode gerar toxicidade (danos) ao organismo. Outra questão importante é que o álcool, assim como os medicamentos antirretrovirais, são metabolizados pelo fígado, o que pode causar danos a este órgão, principalmente quando a pessoa também vive com hepatite C ou hepatite B. Converse com a sua equipe de saúde sobre os medicamentos antirretrovirais que usa, as bebidas alcóolicas que toma, quantidade e com que frequência. Juntos, vocês podem conversar sobre o uso seguro do álcool. Maneje os riscos e beba com responsabilidade.3

Referência:
1. University of Cape Town Lung Institute. PACK Brasil Adulto: versão Florianópolis. Kit de Cuidados em Atenção Primária. Ferramenta de manejo clínico em Atenção Primária à Saúde. Cape Town: University of Cape Town Lung Institute’s Knowledge Translation Unit, 2020.
2. Florianópolis. Protocolo de Enfermagem volume 4: protocolo de atenção à demanda espontânea de cuidados no adulto. Florianópolis: Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis, 2020.
3. Ministério da Saúde (BR). Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Manejo da Infecção pelo HIV em Adultos. Brasília: Ministério da Saúde, 2018.
4. Ministério da Saúde (BR). Guia alimentar para a população brasileira. Brasília: Ministério da Saúde, 2014.
5. Ministério da Saúde (BR). Vigitel Brasil 2018: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico: estimativas sobre frequência e distribuição sociodemográfica de fatores de risco e proteção para doenças crônicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal em 2018. Brasília: Ministério da Saúde, 2019.

× Fale com a gente